segunda-feira, 11 de junho de 2012

Indiferença


Já não aguentava mais!
Não podia. Ninguém podia ser tão indiferente e frio como aquela mulher. Estava ali na sua frente e ela pura e simplesmente ignorava-o como se ele fosse invisível. Estava farto e apesar de saber o quanto precisava dela não podia esperar mais tempo. Já esperara demasiado, já fizera tudo, já dissera tudo, já tentara tudo e ainda assim, ela mantinha-se irredutível.
Pior. Sadicamente obrigava-o a ficar a vê-la dar a atenção a outros homens, a outras mulheres, mas não a si. Quão cruel se pode ser, caramba?
Pensou pôr termo à vida, mas ela não o merecia. Apesar do desespero, a sua vida vida valia mais que isso. Pensou então em simplesmente virar costas e desaparecer sem sequer olhar para trás e "partir para outra". Mas sabia que não podia. Não havia outra!

Era o último dia para entregar o IRS e na sua aldeia aquela era a única repartição das finanças e aquela mulher a única escriturária...
Tinha que esperar pela sua vez!

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